Tuesday, July 18, 2017

Para o meu amigo

Amigo,


Acredito num Deus vivo e presente, que ama, não porque alguém mereça, mas porque Ele é amor.  E ele ama todos: os bons e os maus. Na realidade não existem bons. Existem maus que querem conhecer o bem, que se deixam moldar, que crescem, que perguntam e não desistem das respostas, que não se conformam com o que toda a gente diz, mas escrutinam e validam o que aprendem. Para estes maus Deus é a verdade e procuram conhece-la a todo o custo, mesmo quando isso significa não ser aceite, não ser compreendido, não agir ou pensar do mesmo modo que os outros. Como Jesus disse "mais importa agradar a Deus do que aos homens" e aqui eu leio - mais importa fazer a vontade de Deus do que a minha própria vontade, ou aquilo que os que me rodeiam esperam que eu faça... 

É bom ter amigos. Melhor é quando um desses amigos é o melhor de todos - Deus! 

E Deus é amor e ama-nos a todos, de tal maneira, que ele pagou o preço pela aproximação a cada um de nós. 

Quando Adão e Eva pecaram, e este pecado foi algo muito simples - desobediência a uma ordem de Deus, a humanidade ficou sob a influência desta desobediência. Os pais ensinaram os filhos a sua natureza e isto é o que faz de nós maus, por natureza.

Deus é santo. A sua natureza é santíssima. Deus não se mistura com pecado, tal como o azeite não se mistura com outro líquido. E por isso é necessário que cada pecador "retire" o pecado da sua vida, para poder entrar na presença de Deus, para ser ouvido, para viver com Ele num relacionamento próximo, intimo. 

Deus é justo, mas de uma forma perfeita. Nós, na nossa humanidade temos o sentido de justiça, mas imperfeita, tal como nós somos, mas ainda assim sabemos que quem desobedece à ordem instituída (por exemplo uma lei) terá de pagar as consequências para que haja justiça. Este sentido de justiça foi-nos incutido por Deus e permite-nos entender que quem peca necessita pagar as consequências. 

A consequência da desobediência de Adão e Eva foi a morte. Eles foram criados para viver eternamente, mas ao desobedecerem a morte passou a fazer parte da nossa vida. A bíblia diz que o salário do pecado é a morte, não apenas a física, mas a eterna, a da nossa alma. Esta morte é entendida como uma separação de Deus - eternamente separados do Deus santo, eternamente afastados do amor do Pai celestial, rejeição eterna. A Bíblia descreve esta separação como algo inimaginavelmente dolorso, como estar eternamente em angústia profunda, em sofrimento eterno. E este é o fim de todos os maus, ou seria, se Deus não tivesse preparado forma para aproximar a humanidade de si, de satisfazer a sua justiça, do preço do pecado ser pago. Essa forma é perfeita e é única - não existe outra forma das pessoas se chegarem a Deus, mesmo quando se vive uma vida de bondade, de ajuda ao próximo... Ser bonzinho não chega para satisfazer a justiça divina!

A forma que Deus nos proporcionou de nos reconciliarmos com ele é o melhor que pode haver, é puro amor em acção! 

Logo no Éden, Deus apresenta a forma do pecado ser pago. Deus fala com Adão e Eva e diz-lhes que enviaria o seu Filho para pagar o preço da desobediência. Antes da encarnação de Cristo, todos os que morreram com a esperança da vinda do Messias foram perdoados porque acreditaram na promessa de Deus. Hoje é diferente. Deus prometeu que enviaria um remidor e cumpriu essa promessa em Jesus Cristo. (Deus nunca falha uma promessa, mesmo que demore centenas de anos para que seja cumprida). 

Jesus, o único inocente entregou a sua vida em substituição da vida de cada um dos maus. De todos! O justo morreu pelos injustos. O seu sacrifício foi perfeito e nele encontramos alguém que tinha as condições de pagar o preço pelos outros. Porquê? Porque se um injusto, pecador morresse, estaria a pagar as suas próprias dívidas. Mas Cristo não pecou, não tinha dívidas nenhumas e é por isso que Ele é o único que pode pagar o preço... 

Imagina esta ilustração: Tens fome, mas não tens como comprar comida e não tens dinheiro  para comprar alimentos. Mas a fome é tanta que decides ir ao supermercado. Chegas lá e alguém te diz "está aqui um carrinho de compras para ti, com tudo o que precisas para matar a fome." Tu ficas atrapalhado pois sabes que não tens como pagar. É então que o empregado te diz "Não é preciso pagar, o seu amigo pagou. É só levar e comer".  Esse teu amigo é o teu salvador, pois se não comesses morrerias... Cristo é esse amigo. Ele pagou o preço necessário pelos teus pecados (e os meus e os de todos). Agora resta saber se queres aceitar esse sacrifício ou não, se queres levar as compras para casa e comer, ou continuar tudo na mesma. 

Quando aceitamos o perdão das nossas dívidas a conta fica paga. Mas é necessário não voltar a fazer mais dívidas, isto é, é necessário deixar de desobedecer a Deus, de pecar...  

Lembro-me do episódio de Jesus e da Mulher adúltera... No fim de a salvar da morte por apedrejamento, Jesus diz-lhe "Vai e não peques mais".  E esta é a vontade de Deus para todos os homens. Que não pequemos mais. É certo que a nossa natureza pecadora não muda, mas a nossa vontade, o nosso querer muda e isso faz de nós filhos de Deus.

Em suma, porque te estou a escrever isto? Porque quero gozar a eternidade no paraíso com Deus e também contigo. Porque me preocupa a tua vida. Porque isto é importante e nem sempre é bem compreendido. 

Cristianismo não é uma filosofia, é um caminho de aprendizagem e de fé. É aceitar depender de Deus e da sua vontade. É procurar essa vontade. 

Vejo-te falar de Deus, mas isso não chega. É necessário tomar uma decisão e lutar por ela até ao fim. É preciso levar as compras para casa e voltar ao supermercado todas as vezes que a fome voltar. Mas para isso é preciso admitir que tens fome e que não tens como comprar comida. 

Melhor do que todo o amor do mundo é o amor de Deus. Nem pai, nem mãe, nem amigos, nem amantes te podem dar o amor que Deus tem para ti. Espero que me entendas... e estou cá para te ajudar no que for necessário para chegares ao supermercado e levares as compras para casa! 


Com amizade...